Na Itália, o professor Roberto de Mattei está sofrendo repreensão e pode ser demitido por causa de uma declaração que fez durante uma entrevista quando afirmou que os gays foram os responsáveis pela queda do império romano.
O professor de 63 anos, que é vice-presidente do Centro Nacional de Pesquisa de Roma, disse que “o colapso do império romano e a chegada dos bárbaros foi devido à disseminação da homossexualidade. A colônia romana de Cartago era um paraíso para os homossexuais e eles infectaram muitas outras (colônias). A invasão dos bárbaros foi vista como punição por estas transgressões morais”.
Por causa desta declaração, alguns grupos LGBTs e políticos italianos estão pedindo a demissão do professor.
Fonte: Cena G
Têm que pedir mesmo, tomara que consiguam!
A queda do império romano deu-se por uma série de fatores, entre os quais são apontados a ascenção do cristianismo (que retirou o cidadão romano da vida pública e o levou para os cultos; consequentemente, o exército também ficou privado de números cada vez mais necessários de soldados para defender as fronteiras do império), a imensidão do império (que obrigou a contratação de mercenários para auxiliar na sua defesa, sendo que os interesses dos mercenários eram privados em relação aos interesses do exército, públicos), o constante ataque dos povos germânicos (que obrigava a constantes dispêndios para a manutenção das fronteiras e poucos gastos com a estrutura do império em si), etc.
O historiador Edward Gibbon, no século XVIII, apontava que uma das razões era a efeminização do homem romano, que deixava de atender o exército para atender uma vida cada vez mais espiritual e campesina. É claro que o uso que ele faz da palavra é errôneo e preconceituoso. Vale citar três grandes generais romanos (também responsáveis pela expansão do império) que se tornaram grandes imperadores e que viveram abertamente o amor grego (não apenas a pederastia, mas a homossexualidade, se se pode utilizar este termo naquela altura): Júlio César, Trajano e Adriano (a vida deste pode ser conhecida no magistral livro "Memórias de Adriano" de Marguerite Yourcenar.
Fica evidente que o cristinanismo e a transformação da vida dentro do império foram os grandes transformadores que possibilitaram a queda, até porque como poderiam estar as práticas homossexuais espalhadas pelo império se o cristinamismo (quase) sempre reprimiram e condenaram tais práticas?
Mas tal acusação vindo de Itália não é novidade. Quem já foi à Mikonos na Grécia sabe que aquela ilha se torna italiana no verão, pois os italianos a lotam para viverem o amor entre iguais, o que não se permitem (muitas vezes) em Itália.
Em poucas palavras: preconceito e hipocrisia. (Márcio Ribeiro)